2007-09-30

# 1

Precisamos urgentemente de morrer, de nos exterminarmos, numa purgação de sentidos e sentimentos, para que possamos largar o passado numa prateleira e seguirmos em frente, firmes, na busca de novos sentidos para os passos na calçada irregular da vida.


O principal é entendermos o mal-estar, percebermos e darmos nome a essa sensação de incómodo que o tempo de encarrega de fazer crescer. Depois disso, de assistirmos ao desmoronar da crença, há que enterrar os olhos na linha do horizonte e seguir sempre em frente, sem medos, sem vacilações. Partir.


Falam do amor como se fosse o elixir eterno, a derradeira salvação, mas nada mais é do que uma angústia, uma dependência insana que nos come a alma, nos arranca o que é nosso e devolve o que não sabemos se queremos.


Fizeste-me perder a fé no amor. Que te baste enquanto praga saber que me destruíste. Parabéns. Mais uma vez provaste ser mais forte. Arrecado do campo de batalha uma mágoa imensa, uma ferida imposível de sarar. Desisto de acreditar. Fizeste-me igual a ti e odeio-te por isso.

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