2007-09-30

Passado

É passado o que me fizeste sentir. Deste-me esperança, fizeste-me acreditar que era possível ser feliz contigo, que abandonar o meu mundo para abraçar exclusivamente o teu era importante, porque nunca antes te dera isso e quis ser eu a fazê-lo, em abnegação total de quem sou, do que preciso e do que sinto. Mudei de mim e entrei num corpo novo ao qual tive que me adaptar. Deixaste de me dar a mão e senti o abandono.

Hoje, sem ti, nada tenho, nada sou. Dei tudo para perder tudo. Quero ir embora e nem sei como, se nem tenho para onde ir. Mergulho no trabalho que é teu e assumi como meu, que fiz crescer e que agora quero abandonar, porque estás em todo o lado e não suporto ver-te em todas as esquinas, em todos os centímetros.

Fora daqui não há segurança, terá que existir a honestidade de assumir a derrota perante todos, sentir novamente a compaixão, as dúvidas sobre o meu futuro e as eternas questões sobre as minhas decisões. Não sei como aguentá-lo, não consigo suportar isto, esta dificuldade de viver, esta densidade de sentimentos maus.

E parece que te vejo dizer que mais uma vez exagero, como se para ti todos os outros não passem de falhanços. Perdes-te no egoísmo, conta as pessoas que já passaram pela tua vida e reflecte. Talvez te assustes com a realidade.

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