2011-03-11

Ponto(s) de Vista

Existem gestos que desferem golpes mais profundos do que qualquer palavra arremessada. Acontecem actos mais mordazes e apocalípticos do que uma mera palavra pronunciada.

Em mim residem as palavras torrenciais, duras e a destilarem ódio. Em ti há o silêncio viperino dos actos, doentiamente mais agudos do que o meu vocabulário.

Lambo as feridas na aspereza do meu momento esventrado, dos sonhos roubados, dos projectos rasgados e do conforto arrombado. Não me peças docilidade quando a única cara que tenho é só esta: a da ira imensa que me consome, que me dita que me assassinaste, sem um tremor de comoção.

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